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01.

Tomás de Aquino
Opusculum praeclarum, 1488, Veneza

Um indivíduo reconduz a trajetória dos raios direcionando-os ao chão.

 

Aparentemente luz solar e divina - figurada pela face de um querubim - torna-se chama. Torna-se potência terrestre, se não as próprias chamas do obscuro.

 

 

02.

Rompeu.

 

A pequena gravura reproduzida na obra História do Espelho de Sabine Melchior-Bonnet dava uma pista para o viço e violência que algo, durante tanto tempo não entendido como matéria, ideia que persiste dentro de uma percepção mais comum que não se atém a leituras científicas dos estudos físicos, poderia ter sob nossos corpos e meios.

 

Sua relação intrínseca, ou melhor, a condição de existência para que uma imagem fotográfica se faça presente é dado presente logo nas primeiras literaturas que descrevem a técnica. Mas talvez o que interessa aqui não é a afinidade entre o dispositivo e a condição do meio. O que interessa aqui é como uma matéria.não.matéria tão óbvia, e persistentemente sedutora, pode ganhar uma dimensão política e narrativa quando apropriada e transmutada para os contextos que convém.

 

Mais do que falar da luz em si, estamos falando sobre a possibilidade que ela traz de tornar-se projeção, e levar consigo uma capacidade única de transmissão de dados e experiência sensível sem deixar de ser iminentemente subversiva,

ou quem sabe opressora.

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